O chefe da organização criminosa metia a mão em dinheiro do governo, mas agora a torneira secou
Malandro não para, malandro dá um tempo. E malandro também muda o lugar onde dá golpes. E o chefe da quadrilha anda dizendo que está sendo ameaçado. Acontece que todo mundo sabe é que ele quem ameaça, é ele quem é o achacador
Tem gente que assalta banco, e tem gente que prefere assaltar os cofres públicos, usando sites em nome de laranjas, números fabricados e relatórios montados para enganar o sistema. Durante anos, uma Organização Criminosa (OCRIM) prosperou fingindo fazer jornalismo enquanto drenava recursos do Executivo. Portais fantasmas, acessos inventados, robôs trabalhando sem parar. O dinheiro entrava fácil. Fácil demais.
Com a investigação do Ministério Público sobre o esquema, a engrenagem travou. A torneira foi fechada depois que o governo identificou a fraude. A publicidade oficial parou de jorrar e o suposto modelo sustentável mostrou o que sempre foi, dependência de dinheiro público.
O esquema não era improvisado. Tinha método, hierarquia e chefe. Um chefe conhecido no meio político e jornalístico. Vereador acostumado ao achaque, figura recorrente em pressões e intimidações, apontado como o operador central da rede de sites fantasmas e da manipulação de métricas. Jornalismo nunca esteve em pauta. O objetivo era o caixa.
É preciso dizer sem rodeios que o Executivo foi roubado. O golpe avançou enquanto existiam brechas. Quando os controles apertaram, o esquema ruiu. A reação veio no formato de ataques.

Sem acesso à fonte antiga, a organização entrou em modo de sobrevivência. Quando a torneira fecha, a mangueira muda de lugar. Passou-se a buscar novos alvos e outros bolsos institucionais para sustentar um modelo que nunca se sustentou sozinho.
Nos últimos dias, isso ficou evidente. Agora, os ataques são direcionados ao deputado Dr. Luís do Hospital, numa tentativa de esticar a mangueira até o Legislativo e compensar a perda da verba que mantinha o esquema.
Não é acaso. É padrão. Organização criminosa age assim: quando um caminho é bloqueado, tenta-se outro. Pressiona-se, ameaça-se, cria-se confusão e parte-se para a tentativa de manchar reputações como estratégia de sobrevivência.
O truque, porém, perdeu efeito. Site fantasma não vira imprensa, robô não vira leitor e relatório inflado não resiste a investigação séria. O que sobra é barulho e desespero de quem confundiu, por tempo demais, dinheiro público com propriedade privada.




